segunda-feira, 2 de julho de 2012
Ciência, religião, cura gay
No mesmo momento em que a nota acomodacionista surge, curiosamente, o Brasil debate sobre se psicólogos cristãos devem ter a liberdade de propalar a capacidade de "curar" o homossexualismo. Não deixa de ser interessante notar que esse debate ocorre no centenário de Alan Turing, possivelmente o maior gênio científico do século 20 (ao lado de Alberte Einstein) e que cometeu suicídio exatamente para escapar da crueldade da "cura" proposta para sua condição de homem gay.
Assim, por exemplo, a questão de se a Aids é uma praga enviada por Deus para castigar a promiscuidade sexual não cabe no escopo da ciência. Se Deus realmente criou a Aids, Ele o fez por meio de um agente presente na natureza, o vírus HIV, e é aí, no agente natural, que o questionamento científico deve parar. Qualquer coisa além é a província dos teólogos.
O que precisamos, mesmo, é de mais gente disposta a proclamar, no debate público, o naturalismo como conclusão lógica da ciência: reafirmando, sempre que necessário, que o sobrenatural não pode ser fonte de autoridade a respeito de nenhuma questão, moral ou de qualquer outro tipo, porque, pura e simplesmente, ou não existe, ou existe, mas é irrelevante. Por conseguinte, seus arautos, usem eles ternos ou batinas, não sabem do que estão falando -- e não deveriam ser levados a sério.
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