quarta-feira, 13 de junho de 2012
Nany People diz que Parada LGBT não é mais a mesma
Participei até 1998 e quando percebi as mudanças resolvi não acompanhar. Fui mutilada na época, pois era colunista da revista G Magazine. Como disse, anteriormente, acho que política se faz no dia a dia e não em uma sessão de flashes fotográficos.Deveria ser tudo em um dia só. Volto a dizer que o evento perdeu o sentido. Hoje é uma grande excursão feita à cidade de São Paulo.
Desde que entrou dinheiro público nas ONGs, o ideal revolucionário de fazer a democratização de ser e estar amando alguém do mesmo sexo ficou para segundo plano. Um exemplo disso é a cidade de Porto Alegre, onde até pouco tempo atrás existiam duas paradas. A Parada virou uma micareta. A intolerância ao meio gay, por vezes, é muito maior no próprio meio LGBT do que na sociedade em si. As pessoas estão preocupadas com a festa que envolve isso, com os negócios, com o número de participantes, mas se perdeu os ideias a serem buscados.
Questões políticas, comportamento da sociedade, discussões religiosas, entre outros tópicos mapeiam as discussões levantadas sobre a homossexualidade, tema enaltecido em tempos de realização da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.
O evento que ganhou destaque mundo afora chega à sua 16ª edição e divide opiniões. Do manifesto inicial que reuniu cerca de 2 mil pessoas em sua primeira edição aos quase 4 milhões de participantes do ano passado, motivam a opiniões variadas sobre a importância ou não de sua realização, tendo em vista que muitos a avaliam como uma grande micareta e não como uma manifestação.
Em meio a tantas discussões, o Shopping News conversou com Nany People, nome de destaque no meio artístico e no mundo LGBT não somente pela irreverência, mas sim pela autenticidade e perseverança. Transsexual assumida, Nany brinca que virou mocinha tarde, tendo em vista que antes da cirurgia realizada ganhara destaque como drag. “Ninguém escolhe ser gay. As pessoas nascem gays”, frisou Nany durante entrevista realizada no aconchegante Octavio Café, na capital paulistana.
“Em décadas passadas talvez nem poderia entrar em um lugar como esse, ou até conceder uma entrevista para um jornal com este. Hoje as pessoas estão mais abertas para a discussão e o tema está em debate. Mas claro, também existem preconceitos, pois como sempre digo existe um lado cultural nesta situação”, desabafou. Ainda sobre a questão preconceito, a atriz e humorista frisou: “Não tenho medo da palavra, mas sim de como ela é dita”.
Presente no corpo de jurados do programa ‘Cante se Puder”, do SBT, Nany ganhou seus primeiros fãs nacionais a partir de 1997, quando iniciou no programa “Comando da Madrugada”. Posteriormente seu trabalhado foi apresentado em programas, como Hebe Camargo, Amaury Jr., A Praça é Nossa e mais recentemente A Fazenda. Além da televisão, Nany também é destaque no teatro com seus shows de humor. Acompanhe os destaques do bate-papo marcado de boas risadas.
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